A jovem desajeitada Ruby Marinho é uma estudante que busca se enturmar com seus colegas de escola enquanto esconde suas diferenças mas um acontecimento a faz descobrir o segredo de família no qual que é uma herdeira de um reino e cabe a ela encerrar uma longa guerra entre sua espécie e seus inimigos. Essa é a premissa básica de Ruby Marinho – Monstro Adolescente, novo longa da Dreamworks que chega aos cinemas brasileiros nesta semana.
Esse tipo de enredo no qual um adolescente desajeitado descobre ser herdeiro de algo e passa a ter uma responsabilidade com isso é um tipo de premissa que já foi explorada aos montes pelo cinema, bastando apenas algumas variações no caso da herança, do reino ou da guerra envolvida. São todos uma variação da ‘jornada do herói’ descrita por Joseph Campbell. O que faz com que algumas agradem e outras não é a forma como tal jornada é construída.
Em Ruby Marinho, a heroina em questão não é humana e sim uma kraken, uma raça poderosa e protetora dos oceanos do planeta. Após uma guerra contra as sereias, sua família se isolou entre os humanos e Ruby cresce sem esse conhecimento, mas há o chamado a ele quando seus poderes despertam e acompanhamos sua jornada conhecendo suas origens, poderes e responsabilidades até que ela, cresce e renasce para uma nova vida onde se aceita. Em questão de minutos o longa se torna previsível sobre como vai ser a jornada de Ruby, mas os diretores Kirk DeMicco e Faryn Pearl conduzem a narrativa sem querer reinventar o mito, de forma desprentisiosa e agradável, de forma que o longa se torna simpático.
Ruby é a adolescente estranha, que não se encaixa no mundo e que está em fase de crescimento com seu corpo mudando, assim como o foco em relações, amizades. Toda pessoa vai se relacionar com isso de alguma forma, seja o público alvo infantil que talvez esteja começando ou já vivenciando isso assim como os adultos que em algum momento passaram por esses acontecimentos. Ajuda muito o carisma de todos os personagens que se destacam em algum momento, assim como a identificação com os jovens que no filme estão sempre conectados assim como os atuais, inclusive com isso sendo utilizado de forma inteligente e divertida no roteiro do longa. Ruby vai aprendendo que não precisa de moldar para o mundo e sim, se aceitar e com isso mesmo que nem todos a aceitem por ser o que é, sempre haverá alguém que o faça pelo que ela é e não pelo que ela tenta ser.
Com uma paleta de cores bem colorida, o filme não se arrasta e segue de forma leve mostrando os desafios e aprendizados da personagem principal e também de sua família, já que não apenas Ruby está em um processo de desenvolvimento ou precisa encarar fatos da vida. O resultado final é previsível, mas agradável e simpático para o público de todas as idades.
Ruby Marinho estreia nos cinemas nesta semana, confira o trailer: