No seu terceiro álbum, “As You Please”, o Citizen está mais introspectivo e mostra a crescente versatilidade de um grupo de sete anos que ainda está inquieto. Com a assinatura do produtor Will Yip, a banda lançou nesta sexta- feira (6) as doze músicas que fundem aspectos dos seus dois primeiros discos em algo novo. Além da presença da melancolia catártica de “Youth” (2013) e da intensidade de “Everybody Is Going To Heaven” (2015), o Citizen adiciona também no arsenal do novo álbum, uma gama de instrumentos auxiliares e experimentação sonora.
Composto ao longo de um ano, o disco é desprovido dos elementos brutais e sinistros encontrados em “Everybody Is Going to Heaven”. Em “As You Please” a banda vai além de seus contrastes antigos do grunge e busca algo benévolo. Há um núcleo espiritual que se manifesta de modo sutil, como nos vocais etéreos que fazem eco em “Control”, os órgãos zumbindo em “You Are a Star” ou o refrão quase operístico de “In the Middle of it All”, onde o vocalista Mat Kerekes é colocado à prova, cantando o título da música em um coro modulado e assustador. A adição de órgãos e efeitos de bateria não convencionais em músicas como “You Are A Star” e “Medicine” criam ênfases de tensão e fragilidade, enquanto os grandes coros das faixas “Jet” e “I Forgive No One” são lembretes de que mesmo mergulhando em território inexplorado com o novo álbum, a banda está boa como sempre em escrever hinos emocionalmente carregados.
A forma bem feita com que o Citizen compôs “As You Please” é um avanço catastrófico para a banda. Há danos e desordem na vida dos integrantes do grupo, mas dentro deste registro todas as peças foram restauradas em um arranjo ornamentado que corresponde a um mosaico de vitrais. O Citizen agitou e criou o seu ponto de vista único no ótimo contexto do rock alternativo. “As You Please” foi delicadamente elaborado para provocar a cada momento e apresenta o Citizen em seu estado mais confiante e expansivo.
Ouça “As You Please” na íntegra: