Em seu EP de estreia, intitulado “It’s Time”, a banda de metalcore The Weapon They Fear apresenta seis faixas inspiradas no metalcore dos anos 90 com temas relacionados à liberação animal, autogestão, críticas à igreja, ao capitalismo e à indústria do álcool e das drogas.
O grupo é formado por músicos conhecidos do hardcore/metal de Brasília, como Maneko (vocalista, Linha de Frente e Mais Que Palavras), Eduardo (guitarrista, Lesto!, Deceivers e Nosso Fim), Arthur (baixo, Lesto! e What I Want) e Fredvan (bateria, Macakongs 2099, Lesto! e DFC).
O lançamento é pelo selo Arctic Music e já está disponível nos streamings:
A parte instrumental das canções foi composta por Eduardo, Arthur e Fredvan enquanto as letras e vozes por Maneko, que comenta faixa a faixa o EP:
Walk away, que abre o EP, fala que nem sempre precisamos de conforto direto, isto é, um estilo de vida consumista e materialista. Também fala em nos afastar deste tipo de vida que o capitalismo impõe.
Na sequência vem Lifetime que aborda o estilo de vida da contracultura, e traz críticas à indústria do álcool, das drogas, que são controladoras e nocivas, e aborda o holocausto animal.
Na terceira faixa, Behind, a The Weapon They Fear aborda diretamente a indústria do álcool, um debate constantemente evitado para evitar desconforto. É uma indústria que está ligada à cultura do estupro, da misoginia, violência doméstica, acidentes de trânsito e exploração sexual. Uma música mais polêmica, mas um assunto que precisa ser tratado. O álcool é um potencializador e a indústria deste setor fatura milhões com a desgraça de muitas pessoas.
Em Iluminate, a banda traz uma letra dura sobre a presença da igreja em genocídios da humanidade, desde que foi apropriada pelo estado romano. Diversos genocídios foram apoiados e endossados pela igreja ao longo da história da humanidade. A música fala em destruir instituições em geral que giram em torno do poder.
Profit fala sobre o lucro e a ganância da indústria da exploração animal, sempre à custa de vidas alheias, além de destruição do meio ambiente. Uma música que fala que pessoas precisam ser responsabilizadas – o sofrimento animal acontece por mãos de pessoas que têm nome e endereço.
We Demand, que encerra o EP, é um grito que conclama a liberdade a autogestão do indivíduo, sem aceitar a autonomia mercantilizada, às vezes embalada em políticas públicas e de inclusão social, mas que na verdade são apenas jaulas.