“Bença Mãe”, a nova canção de Rael, é a forma como o rapper, cantor e compositor paulista encontrou para agradecer não apenas a sua mãe, mas também todas as referências de “mãe” presentes no mundo.
“As mães são aquelas figuras que se doam e a gente não retribui”, diz o artista. Com influência de afrobeat e de ijexá, a música cita a natureza, a cachoeira e outros símbolos aos quais, muitas vezes, não somos gratos. “É aquela velha história, a mãe é quem segura o reggae nessa merda de patriarcado e fica na responsabilidade de cuidar do marido e dos filhos e, quando ela se dá conta, teve um desgaste monstro”, pensa.
O vídeo da canção, já disponível no YouTube, reforça os variados modelos maternos. Dirigido e roteirizado por Caio Lazaneo, o registro audiovisual traz personagens reais, como a própria mãe do artista, além de uma mãe que joga capoeira e outra que tira o sustento da terra. A vó de Rael é lembrada por meio da figura de Dona Cotinha e de sua filha, Ana Maria Lemes, que conduzem o benzimento, diariamente, a centenas de pessoas na região de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. “A minha vó era benzedeira e essa cultura está acabando. Tenho a lembrança da minha casa cheia de gente e que se curava por meio de palavras e de elementos da natureza”, recorda Rael. “A Dona Cotinha faz um trabalho muito bonito, foi uma maneira de me reconectar com o universo da minha avó”, conclui.
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