Dez anos se passaram desde o lançamento do álbum “Liebe Ist Für Alle Da” e nesse meio tempo, o Rammstein lançou apenas o single “Mein Land” em 2011 e desde então os fãs ficaram no aguardo do que o grupo iria apresentar. Ao longo desses anos, a banda seguiu com suas impecáveis turnês, as quais sempre chamam a atenção e recebem elogios pela sua produção e efeitos extremamente elaborados e intensidade.
Então, com apenas poucos avisos, no final de março o mundo foi apresentado ao single “Deutschland” com um belo vídeo apresentando a história da Alemanha, sem poupar nos pontos polêmicos, como a banda sempre fez ao longo de sua história. E é essa consistência que pode ser encontrada no novo disco, que tivemos a oportunidade de ouvir em uma audição fechada para a imprensa.
O novo material chega no dia 17 de maio, sem título ou auto-intitulado, e traz 11 faixas que trazem um belo cuidado em suas composições onde não há nada de mais ou de menos e na produção muito bem feita. Esse trato sempre foi uma marca do grupo, principalmente em seus vídeos e se mantém aqui.
A primeira metade do álbum apresenta os dois primeiros singles “Deutschland” e “Radio” e outras faixas mais pesadas com belos riffs, alguns que lembram desde o industrial dos anos 90 como o metal dos anos 80 em seus timbres e ritmos. “Zeig Dich” apresenta um coral em latim em sua intro e interlúdio que chama muito a atenção, dando à canção uma beleza ímpar e destacando-a de todas no disco, provavelmente a melhor faixa do novo material.
“Ausländer” tem frases em outros idiomas como o francês e o inglês e parece ter sido feita especialmente para funcionar em uma grande arena com o público enquanto “Sex” é carregada por um riff cadenciado que pode lembrar um pouco o groove da bateria de “Personal Jesus” em sua levada até o solo que chega com um sintetizador que pode pegar alguns de surpresa lembrando até o Muse.
Na segunda metade, as canções são um pouco menos pesadas mas não menos intensas e melódicas com “Puppe” abrindo com um dedilhado e o vocal junto de um clima triste antes de quebrar para um vocal agressivo e até angustiante de Till. “Was Ich Liebe” é a faixa mais lenta do disco mas extremamente intensa indo de um leve dedilhado até crescer no refrão. “Diamant” vem como a balada do material com uma intro acústica e um sintetizador suave acompanhando ao longo da canção.
“Weit Weg” retorna com um grudendo e grooveado riff intercalado com os sintetizadores com os instrumentos se adicionando até o refrão. “Tattoo” é outra faixa com um belo riff de guitarra que lembra o metal dos anos 90 e segue se alternando com o vocal até se unirem. E por fim, a faixa “Hallowmann” encerra o material com uma atmosfera de filme de terror que é ditado pelo sintetizador de Flake e completado com a melodia do vocal e linha de bateria.
No geral, o grupo não ousou demais mas também não se auto-plageou, o que é algo que costuma acontecer em muitas bandas ao longo dos tempos. Entrega nas faixas tudo aquilo que os fãs esperam, todos os elementos do grupo: riffs fortes e marcantes, acompanhados da consistente cozinha de bateria e baixo com o clima, ora agoniante, ora belo ou triste dado pelos sintetizadores e teclados e, como sempre, o grave vocal característico de Till Lindermann.
No fim da espera de 10 anos, o grupo não decepciona e demonstra porque, dentre tantas bandas semelhantes dos anos 90, ainda são relevantes e, provavelmente a maior e melhor banda de metal ao vivo da atualidade.
Confira abaixo a capa e o tracklist do novo disco com os nomes das faixas traduzidos:
1. Deutschland (Alemanha)
2. Radio (Radio)
3. Zeig dich (Mostre-se)
4. Ausländer (Estrangeiro)
5. Sex (Sexo)
6. Puppe (Boneca)
7. Was ich liebe (O que eu amo)
8. Diamant (Diamante)
9. Weit weg (Distante)
10. Tattoo (Tatuagem)
11. Hallomann (Locutor)